O valor reside onde nossos sentidos não alcançam

Quando falamos de valor, nos referimos aos atributos imateriais e intangíveis de algo ou alguém, indo além da precificação. Aqui, é importante pensar que o artesanato e a arte popular brasileira carregam elementos culturais, sociais, tradicionais e simbólicos que ultrapassam o material e, portanto, não podem ser mensurados apenas na ideia de preço.

Conhecer as histórias dos artesãos, das técnicas, da região e os significados fazem parte do valor que temos ao adquirir uma peça de arte brasileira. Está muito além dos “benefícios” concretos que um objeto ou um produto pode nos trazer. Além disso, toda essa carga história, simbólica e cultural automaticamente já retira o artesanato e a arte popular da balança comum de preço e mercado.

Quando falamos de valorização do artesanato brasileiro estamos também dizendo sobre contribuir para impulsionar o seu valor perante o mercado. Atribuir sentido, importância e admiração ao artesanato e ao artesão é o que nos faz entender que o custo benefício não tem espaço neste segmento.

O tempo, a dedicação, a criatividade, a inspiração, a técnica, a ancestralidade, a cultura e o amor dedicado à cada peça não são precificáveis e, por isso, não são passíveis de comparação com objetos feitos em massa.

Mais do que um artefato, decorar com arte brasileira é poder ter em casa uma pequena parte daquilo que o artista sentia e pensava ao produzir aquilo com as próprias mãos; é levar uma obra de arte para casa repleta de valor afetivo, cultural e simbólico.

(Texto: Marina Rissati / https://coletivodefato.com/o-valor-reside-onde-nossos-sentidos-nao-alcancam/ )

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *